Espaço PET - TELE

Boletim Informativo do Programa Especial de Treinamento do Curso de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Federal Fluminense - Niterói - RJ
Número 2 - Março 1998


  Neste número:


UFF - Alunos e Estrutura

   No número 1, foi apresentado um resumo das palestras/entrevistas realizadas no decorrer da atividade "Análise do Currículo e Perfil do Engenheiro de Telecomunicações da UFF",  feita pelo grupo sob orientação da professora Terezinha F. Bruno, do departamento de Telecomunicações. Aqui, apresentamos resumos dos subgrupos que analisaram o Corpo Discente e a Estrutura da UFF, relatando o que foi feito por eles durante a atividade e suas conclusões.


Corpo Discente

  Com o objetivo de conhecer os aspectos sócio-econômicos e culturais dos alunos de Engenharia da UFF, foram elaborados dois modelos de questionários: um destinado aos alunos de Engenharia recém ingressos na faculdade (com um ou dois períodos cursados) e outro aos que iniciariam o ciclo profissional de Telecomunicações. Durante o período de inscrição do primeiro semestre de 1997, pedimos aos alunos que preenchessem os questionários, para que, baseando-se nas maiores porcentagens de cada item, pudessem ser traçados perfis para os dois casos.

  Quanto ao perfil do aluno recém ingresso na Engenharia (matrícula 1/96 e 2/96), ele é do sexo masculino, veio de um segundo grau de formação geral, feito em escola particular, concluído em 1995. Prestou apenas um vestibular, após fazer cursinho. O aluno possui microcomputador em casa, utilizando neste mais aplicativos e pouco utilizando INTERNET e linguagens de programação. Ele mora com a própria família, leva menos de uma hora para chegar à Universidade, e vem para esta de ônibus. Quanto ao estudo, ele se utiliza de livros e notas de aula, gosta de estudar sozinho e continuamente. Teve neste início de curso uma reprovação. Freqüenta curso de língua estrangeira e espera obter da Universidade uma formação profissional voltada para o mercado de trabalho. Com relação às finanças, o aluno não exerce atividade remunerada, sendo sustentado por sua família. Esta possui renda mensal de 10 a 20 salários mínimos.

  É interessante destacar alguns aspectos da pesquisa: apenas 6% dos alunos esperam da UFF uma formação teórica voltada para pesquisa, enquanto que 78% esperam obter da Universidade uma formação profissional voltada para o mercado de trabalho. Poucos alunos costumam estudar em grupo(19%). Há equilíbrio entre os que fizeram curso pré-vestibular e os que não fizeram (54% e 46%, respectivamente). 84% dos alunos não utilizam carro para ir à faculdade. Um percentual que indica um grave problema é aquele que aponta apenas 22% dos alunos não tendo nenhuma reprovação em seu início de curso (lembre-se que estes alunos cursaram apenas um ou dois períodos).

  O perfil do aluno que ingressaria naquele período no ciclo profissional foi bastante parecido com o anterior, sendo válido citar alguns resultados: o elevado índice de perda de disciplinas  no ciclo básico se confirma, com somente 24% dos alunos sem reprovações. Quanto às perspectivas para depois de formados, muitos pretendem trabalhar  na área técnica (31%), porém  também é grande o número de alunos com as seguintes opiniões: cursar pós-graduação (19%), trabalhar  na área comercial de uma empresa (19%) e os que não pensaram no assunto (25%). Dentre os alunos que exercem atividade remunerada (31%), nenhuma atividade é relacionada com telecomunicações, com exceção possivelmente daquelas exercidas na Universidade. Enquanto que todos os alunos que entraram no básico freqüentavam algum curso extracurricular, 35% dos que optaram por Tele não freqüentam nenhum curso, podendo refletir a falta de tempo livre.

  Apesar de alguns problemas nas respostas de determinados itens dos questionários e do relativo pequeno número de alunos ingressantes no curso de Telecomunicações (17 participaram da pesquisa, enquanto que 222 pessoas responderam ao questionário de recém ingressos na Engenharia), foi possível obter dados suficientes para algumas conclusões:

  Alunos integrantes: Marcelo Leite, Ricardo Hoffman e Luiz Arthur

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A Estrutura da UFF

A Instituição

  A Universidade Federal Fluminense (UFF) foi criada em 18/12/60, com o nome de Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFERJ). A UFF teve seu nome atual homologado pela lei nº4.831, de 05/11/65.

  Em seus 38 anos de existência, a UFF vem desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão cada vez mais integradas com a comunidade. Inúmeros cursos são propostos tanto no âmbito da Graduação e da Pós-graduação quanto sob a modalidade de Atualização e Extensão.

  A existência de laboratórios, bibliotecas e demais dispositivos  asseguram o desenvolvimento acadêmico, bem como as coordenações de estágios nas diversas especialidades. Além disso, o estudante pode contar com um auxílio financeiro, através de Bolsa de Monitoria, da Bolsa-Treinamento, ou da Bolsa de Iniciação Científica.

  De acordo com o Artigo 4º do Estatuto e Regimento Geral da Universidade Federal Fluminense:"- A estrutura básica da Universidade Federal Fluminense é constituída pelos Centros Universitários, Unidades Universitárias, Departamentos e Órgãos Suplementares que apresentarão a flexibilidade necessária às exigências do ensino, da pesquisa e da extensão."

Conselhos Superiores:

Reitoria;

As Pró-Reitorias auxiliam o Reitor no exercício de suas tarefas executivas nas respectivas áreas de atuação:

  Ligado à Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos, de interesse direto dos alunos, está o Departamento de Administração Escolar - DAE, órgão que tem como atividade principal o controle da vida acadêmica do corpo discente da Universidade, desde de sua entrada no curso até a expedição do diploma .

  Os Centros Universitários são constituídos por Unidades Universitárias formadas por Institutos, Faculdades e Escolas, e estes compostos por Secretarias, Departamentos e Coordenações.

  Departamento de Ensino é a unidade básica da Universidade que congrega os docentes encarregados das tarefas de ensino, pesquisa e extensão. É a menor fração da Universidade e as funções executivas de dministração são exercidas pelo seu chefe, que controla e coordena a distribuição das disciplinasa fins pelos diferentes cursos que neles vão buscar crédito.

   Coordenação de Curso é o órgão responsável  pela parte didática do curso. A ela compete o acompanhamento da vida acadêmica do discente da UFF, desde a entrada no curso pretendido até a graduação. A coordenação é feita por um órgão Colegiado de Curso, presidido por um professor, que é o coordenador do curso.

  A Escola de Engenharia, em conjunto com a Escola de Arquitetura e Urbanismo e a Escola de Engenharia Industrial e Metalúrgica de Volta Redonda, compõe o Centro Tecnológico.

  Pode-se observar que após algumas entrevistas com Chefes de Departamentos, que o nível dos professores da Escola de Engenharia da UFF é muito bom. Temos, em média, 45% de Doutores (incluindo aqueles que estão em Doutorado), 27% de Mestres e o restante dos Profissionais têm alguma Especialização ou são Substitutos.

  Os Departamentos costumam incentivar os professores a participarem de congressos e seminários. Na questão de Laboratórios, o nosso Departamento de Telecomunicações oferece a Rede Telecom, além daqueles destinados a disciplinas da Graduação.

  Em relação a cursos de pós-graduação para  Engenharia de Telecomunicações temos os promovidos pelo CAA (Computação Aplicada e Automação) e pela Engenharia Elétrica.

  Os cursos de férias não vem acontecendo regularmente, por causa de greves que atrasam o período letivo, além da dificuldade de se conseguir professor disponível em época de férias.  A duração de um curso de férias é de dois meses e como o professor tem direito a tirar férias de 45 dias por ano, o calendário se torna incompatível.

  Considera-se importante que as turmas tenham em média 35 alunos, mas nem sempre é isso que tem acontecido, principalmente no ciclo básico.

Conclusões

  Existe uma dificuldade de relacionamento entre coordenação e departamento, pois não estão ligados administrativamente (vide organograma).

  O fluxograma de disciplinas é organizado pelo Colegiado do Curso e modificado de acordo com as necessidades de atualização do curso.

  Em todos os Conselhos e Colegiados de Curso os alunos têm direito à participação. Entretando, muitas vezes os alunos não participam efetivamente, não preenchendo todas as vagas que têm direito. Acontece uma falta de interesse dos próprios alunos em participar e cobrar um melhor funcionamento da Universidade.

  O orçamento da UFF é muito alto, mas contraditoriamente, o maior problema citado por todos os entrevistados foi a total falta de verbas para realizar qualquer atividade, desde a troca de um vidro de janela até a montagem de um laboratório.  Os Departamentos não recebem qualquer tipo de recursos, e precisam  obtê-los por conta própria, realizando cursos de extensão abertos à comunidade. Enquanto de um lado o orçamento da UFF é alto, as despesas também são enormes. Isto ocorre devido à uma estrutura muito pesada e complexa, com vários órgãos sendo compostos por chefes, subchefes, secretários e vários outros funcionários.

  O processo de aquisição de material é extremamente burocrático e lento, podendo levar de seis meses a um ano. A solicitação passa pelo Departamento, Secretaria da Unidade, Centro Universitário e finalmente Reitoria, para então ser aberta uma licitação pública.

  O Conselho de Curadores conta com apenas oito integrantes, de acordo com o Regimento da UFF. Cabe a este Conselho fiscalizar a execução orçamentária e pronunciar-se sobre a proposta orçamentária, balanços e prestação de contas. Diante de um orçamento tão gigantesco, este Conselho deveria ter um número maior de integrantes.

  Além de não contarem com uma boa administração, a maioria dos órgãos abriga funcionários insatisfeitos com os salários e com as condições de trabalho permitindo que eles fiquem desestimulados, gerando um ciclo vicioso.

  A carga horária do Curso de Telecomunicações sobrecarrega o aluno, impedindo que ele consiga amadurecer o aprendizado e desenvolver habilidades necessárias ao engenheiro. É de extrema importância a discussão deste tema na Avaliação do Currículo.

  Como é muito difícil modificar a estrutura começando de níveis mais altos, sugerimos que a iniciativa deve partir de órgãos menores, por exemplo, Departamentos e Coordenações. Ter um órgão com poucos funcionários (apenas o necessário), gerar os próprios recursos, manter um sistema de avaliação de professores, estreitar o relacionamento Departamento/Coordenação e consequentemente, professor e aluno,  incentivar os professores a estarem em contato constante com instituições e empresas para convênios e montagem de laboratórios, são atitudes que fazem a diferença. Talvez até "contaminem" o restante dos órgãos. Um departamento exemplar instiga outros a serem exemplares também, e baseada nessa concorrência saudável podem ser desenvolvidos novos projetos e novas idéias.

Alunas integrantes: Aline Passos, Janice Ribeiro e Renata Costa

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Redes de Comunicação na UFF

  Desde 1994 começou-se a pensar na modernização de redes de comunicação. O projeto foi coordenado pelo professor Michael A . Staton do departamento de Engenharia de telecomunicações. O artigo escrito pelo professor Michael examinava a situação em que se encontrava o uso de redes de comunicação ( voz e dados ) na UFF, pois toda a comunicação interna, quer seja de dados, quer seja de voz, entre dois locais distintos vinha usando meios de transmissão da Telerj, ou através de linhas privadas de voz ou de dados, ou da rede de telefonia pública. Resolveu-se então criar uma rede privada de transmissão ótica, que permitisse  montar sistemas de comunicação interna usando apenas seus próprios meios de transmissão.

  Entre maio e agosto de 1997 a Comissão do Conselho Universitário para estudos da implementação da UFFNET se reuniu com o objetivo de estudar formas de instalar cabeamento e equipamentos de transmissão de dados entre vários campus da UFF e outros pontos .

  Em princípio houve três alternativas para prover a intreconectividade entre os campos: cabo próprio de  fibra ótica, aluguel de linhas privadas de comunicação de dados (LPCs) da Telerj ou rádio.

  Destacam-se abaixo algumas indicações da comissão :

  · " Indicamos que se faça a opção por cabo próprio, pois livra a UFF  da dependência da Telerj, diminui o custeio e possibilita acompanhar a evolução de aplicações modernas de telecomunicações, inclusive redes de dados de alta velocidade, telefonia e TV interna .

  · É desejável instalar cabeamento de fibra ótica interligando os  cinco pontos principais : Campus do Valonguinho, Campus do Gragoatá, Campos da Praia Vermelha, Reitoria e hospital Universitário Antônio Pedro."

  Foram realizadas licitações  públicas em dezembro de 1997 e espera-se que as obras para a implantação da rede ótica terminem em maio de 1998 .

MAIS SOBRE A UFFNET

  A rede ótica tem a seguinte estrutura (v. a figura abaixo):

  · um anel fechado, interligando os cinco pólos principais da universidade (Reitoria, Hospital Universitário Antônio Pedro, e os campi do Valonguinho, do Gragoatá e da Praia Vermelha) passando também pela Faculdade de Direito e a Escola de Enfermagem

  · ramos do anel, se estendendo até o Instituto de Artes e Comunicação Social (IACS), Faculdade de Economia, Núcleo de Estudantes de Cinema (Necine), e as Escolas de Veterinária e Farmácia

  · redes de distribuição óticas, interligando ao anel os prédios distintos dos campi

  Com algumas poucas exceções, cada prédio da universidade será alcançado pela rede ótica. Dentro de cada prédio, a rede de transmissão ótica deverá ser complementada por redes metálicas, provavelmente distintas, para a transmissão de voz e dados até os telefones e computadores dos usuários. Os detalhes destas redes metálicas dependerão das unidades usuárias acomodadas no prédio.

SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO

   Com a modernização da Universidade, haverá maior aproveitamento dos serviços de telefonia e comunicação entre os computadores.

  O sistema de telefonia utilizado hoje pela Universidade é ineficiente e inadequado às necessidades, pois o serviço de telefonia na UFF vinha sendo prestado por uma coleção de sistemas não integrados. Os ramais remotos da mesa da Reitoria utilizavam linhas privadas (LPs) alugadas à TELERJ. Boa parte da comunicação interna da universidade dependia do uso da rede pública, sendo tarifada, além de bloquear duas linhas externas simultaneamente.

  A criação de uma infra-estrutura privada de transmissão cobrindo toda a universidade abriria perspectivas de substituir a situação vigente por uma solução mais eficiente, e possivelmente mais econômica.  Esta solução deveria consistir de centrais telefônicas localizadas nos principais centros da universidade e interligadas entre si, através da rede ótica.

  Em Niterói, até o final de 1997, o acesso à Internet era feito através de uma linha privada de comunicação de dados (LPCD) de 64 kbps entre o Núcleo de Processamento de Dados (NPD) no campus do Valonguinho e o backbone da Rede-Rio no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) no bairro carioca da Urca. A partir do Valonguinho, conectividade era estendida até a Reitoria, o Hospital Universitário Antônio Pedro, o Instituto de Lógica e Teoria de Computação (ILTC), o campus da Praia Vermelha e os campi da UFF nas cidades de Pinheiral e Campos, através de LPCDs, e, em cada um destes locais, permitia-se o acesso à Internet a partir de computadores ligados às redes locais existentes.

  Foram adquiridos para serem instalados em 1998 equipamentos (comutadores e hubs), que permitissem interligar todos os prédios da UFF alcançados pela rede ótica, com uma taxa de transmissão mínima de 100 Mbps. O núcleo da rede será um backbone de 622 Mbps (tecnologia ATM) interligando o HUAP e os campi de Valonguinho e Praia Vermelha. Também serão acessíveis via conexões ATM de 155 Mbps a Reitoria, o campus de Gragoatá, e mais alguns outros locais de alto tráfego. Os demais prédios serão alcançados em 100 Mbps, usando tecnologia Fast Ethernet.

  Em cada prédio, o acesso externo é acessível via um comutador (de saída), e os equipamentos de computação, tipicamente PCs, estarão ligados a redes usando Ethernet (10 Mbps) e Fast Ethernet (100 Mbps), e ligadas direta ou indiretamente ao comutador de saída.  O projeto inclui previsão para redes locais existentes e futuras.

  Maiores informações na página http://server.uff.br/rede-uff


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