Espaço PET - TELE

Boletim Informativo do Programa Especial de Treinamento do Curso de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Federal Fluminense - Niterói - RJ
Número 4 - Set / Out / Nov 1998


Neste número:


  O Programa Especial de Treinamento é financiado e promovido pela CAPES e visa a qualificação de alunos bolsistas, através de diversas atividades extracurriculares e interdisciplinares. Estas atividades se estendem à outros alunos, com a intenção de aprimorar o curso de graduação e desenvolver uma postura crítica na vida profissional. O grupo PET-Telecomunicações é coordenado por um tutor e composto atualmente por 10 integrantes.


OUTRA OPÇÃO PARA SEU PC

  É inegável a supremacia da Microsoft no mercado de sistemas operacionais para microcomputadores do padrão IBM PC. As pessoas se acostumaram com o Windows 3.1, depois com o Windows 95 e agora a MS está lançando o Windows 98. Existem, porém, outras opções em termos de sistemas operacionais no mercado que infelizmente as pessoas não tem conhecimento. Estes sistemas não são muito conhecidos não por serem de baixa qualidade, mas por problemas de marketing.

  Acho importante que, pelo menos dentro da Universidade, o público conheça, pelo menos superficialmente, algumas outras opções. Existem, por exemplo, vários sistemas operacionais Unix para PC como o BSD (Desenvolvido pela Universidade de Berkeley), o Linux e o SCO Unix, além do OS/2, desenvolvido pela IBM. Meu objetivo aqui é falar um pouco sobre este último.

  O OS/2 é um sistema operacional totalmente 32 bits e por isso tira vantagem de todos os processadores a partir do 80386 e compatíveis. Por ser totalmente 32 bits ele tem implementadas uma série de características muito importantes:

  1- Multitarefa Preemptiva: Através de time-slicing, o sistema operacional controla o processamento dos aplicativos e todos eles são efetivamente rodados ao mesmo tempo.

  2- Memória Plana: O OS/2 consegue endereçar até 4GB de memória RAM. Por este motivo não existe no OS/2 memória alta, expandida ou extendida.

  3- Crash Protection: Cada aplicativo roda em uma área separada de memória, independente se este aplicativo é 16 ou 32 bits.

  Desta forma, se um aplicativo mal comportado falhar, o sistema consegue encerrar apenas aquele aplicativo. (No Windows 95, os programas 32 bits são executados em áreas de memória diferentes, mas os de 16 bits compartilham a mesma área de memória, o que pode gerar um crash do sistema se um aplicativo 16 bits falhar).

  Outra característica importante do OS/2 é sua orientação a objetos. Os ícones no desktop do OS/2 na verdade representam objetos do sistema que podem ser manipulados de uma forma bem intuitiva, por exemplo: Um objeto do tipo "Documento de Texto" pode ser jogado em cima de outro objeto do tipo "Impressora" ou do tipo "triturador" ou do tipo "Unidade de disquete" etc. Devido ainda a essa característica, temos no OS/2 uma possibilidade de personalização do sistema vista em nenhum outro sistema operacional. No OS/2 cada janela pode ter um plano de fundo (papel de parede) diferente.

  Talvez a vantagem mais forte do OS/2 seja a sua conectividade. Inúmeros softwares de comunicação estão disponíveis para o OS/2. Desde sharewares para uso na Internet até softwares para comunicação com mainframes. Eu poderia citar por exemplo o Netscape e o Lotus Notes, softwares bem conhecidos que tem versões para o OS/2, além de versões para outros sistemas operacionais.

  Espero que este texto tenha aberto seus olhos para um outro universo de sistemas operacionais que existem além dos da Microsoft.

Daniel Magalhães


Entrevista - Professora Carmen

  Qual é a sua formação?

  Sou formada pela UFF em Engenharia de Telecomunicações em 1976, trabalhei durante 7 anos na Embratel. Fiz mestrado na PUC e atualmente sou professora de dedicação exclusiva da Universidade .

  Muitos alunos reclamam por considerarem que determinada disciplina não tem aplicação, às vezes por falta de exemplos práticos dos professores. Qual a sua opinião sobre esse problema?

  Acho que o professor deve dar exemplos, dentro do possível, relacionando a disciplina com a área de atuação e com matérias que serão vistas mais adiante. Realmente, nas matérias do ciclo básico e em algumas do inicio do curso profissional fica difícil para o aluno enxergar a sua aplicação prática.

  Há mecanismos da Universidade que "incentivem" os professores a mostrar a aplicação da sua matéria?

  Não, isso é mais uma questão de didática e de visão do professor  de que o aluno necessita da visualização prática.

  Como um professor que fica somente na Universidade pode se atualizar quanto ao mercado de trabalho?

  Acho que isso não impede. O professor pode não ter uma visão de empresa, mas possuir visão de mercado de trabalho - são coisas diferentes. O professor pode se atualizar através de cursos de especialização, seminários, congressos etc., fazendo com que ele saiba o que está ocorrendo no mercado de trabalho como um todo.

  Qual sua opinião sobre o enfoque do curso, ou seja, deve dar ênfase ao mercado de trabalho ou formar o aluno para fazer pós-graduação?

  Esse é um assunto complexo... Discutimos bastante essa questão quando fizemos a revisão curricular. O complicador é que não sabemos o que o aluno irá fazer, pois ele pode ir trabalhar numa empresa como a Embratel, Telerj, uma empresa como a IBM, ou a Petrobrás (trabalhando num setor ligado a Telecomunicações). Pode ainda seguir a área de comunicações de dados por exemplo, que é uma derivação do nosso curso, ou o aluno pode querer fazer  pós-graduação. Chegamos então à conclusão de que o melhor seria dar meios para que o futuro profissional soubesse onde buscar o que precisa, através de uma formação ampla.

  Por exemplo: quando trabalhei na Embratel, comecei na área de gerência de contratos, que não tem muita correlação com a área técnica. Tive que voltar a estudar análise econômica. Apesar de não gostar muito da matéria, eu já sabia onde buscar as informações.

   Você não acha que o nosso curso deveria ser dividido em linhas de especialização, uma vez que concentrado, ele fica muito extenso e pesado para o aluno (temos em média um período a mais que as outras engenharias em carga horária)?

  O currículo anterior seguia três linhas. Mas a aplicação do currículo não estava sendo boa, pois o aluno tendia a fazer o que mais gostava e, quando chegava a hora de trabalhar,  muitas vezes ia para áreas que não tinha tido formação. Chegamos então à conclusão de que era melhor dar uma formação generalista, podendo o aluno mais tarde se especializar em alguma área. O problema é que o ramo de telecomunicações "está" muito amplo e com  evolução muito rápida, por isso, o currículo ficou com a carga horária pesada.

  E a atualização das disciplinas?

  É lenta. Gostaríamos que fosse mais rápida. Ela é feita através da disciplina tópicos especiais, que deveria mudar a cada 6 meses. Mas isso nem sempre é possível, o que  torna sua modificação lenta, muitas vezes não ocorrendo a atualização pretendida.

  Porque nos currículos da área tecnológica, em especial o nosso, não há disciplinas  como português e redação?

  Boa pergunta. Acho que deveria haver sim, pois é super importante que um bom profissional saiba se expressar bem, escrever bem. Em uma empresa, por exemplo, terá que redigir cartas, memorandos, relatórios, sendo fundamental saber se comunicar bem na nossa língua mãe.

  O que levou à carência de laboratórios?

  Falta de verbas e incentivo do governo para com a Universidade Pública.

  Laboratório é fundamental?

  Com certeza.

  Porque a Física, por exemplo, tem um laboratório (de computadores) mais compatível com seu curso que nós, de telecomunicações?

  Posso atribuir a algumas situações. É um curso muito voltado para situações acadêmicas, com a maioria de seus professores de dedicação exclusiva, o que gera projetos (financiados por CAPES, CNPq, FAPERJ etc.) que trazem recursos.

  E o nosso curso?

  Atualmente, o perfil do curso está mudando, com um maior número de professores de dedicação exclusiva. Estes têm mais condições de participarem destes projetos, também de cursos de extensão e especialização, que geram recursos extras para reequipar nossos laboratórios, não dependendo exclusivamente do MEC. O que está sendo equipado no momento é o de Comunicações  Óticas; depois será o de Eletrônica, que primeiro passou por uma avaliação de suas necessidades, e que é uma matéria que deve ser bem sedimentada com o laboratório, o que infelizmente ainda não conseguimos.

  O que acha da parceria com a iniciativa privada?

  Não é fácil, mas é interessante. Concordo que é pouco trabalhado no nosso curso, talvez por falta de iniciativa ou de tempo dos professores...

  Acredita que, se Fernando Henrique for reeleito, haverá um movimento no sentido da privatização das universidades públicas? Seria uma solução para a melhoria das universidades?

  Com relação à segunda pergunta, não acredito que vai  haver melhora, pois as melhores Universidades ainda são as públicas, vimos isto até no provão, apesar de achar que não é um bom método de avaliação.

  Mas não acha que pelo fato do vestibular ser concorrido isso já não coloca os melhores alunos nas Universidades Públicas?

  Mas não quer dizer que são só os alunos que  fazem a Universidade. É óbvio que os alunos são o elemento final, mas o que a Universidade fornece ao aluno é importante, senão o aluno não precisaria da Universidade e se formaria estudando sozinho.

  Voltando à sua primeira pergunta  eu acho que ele [Fernando Henrique] cada vez mais vai implementar essa idéia da privatização. Como? Escasseando os recursos da Universidade, dando salários paupérrimos aos professores e funcionários. Com isso, os  melhores profissionais saem e vão para as universidades particulares, fazendo com que essas ganhem bons profissionais.As universidades públicas, para se manterem, começam a ter cursos de extensão e especialização pagos, até chegar a um ponto que serão pagas pelo próprios alunos, deixando de serem públicas. Isto é muito triste para um país como o nosso, onde o investimento em educação é fundamental.

Luiz Arthur, Alexandre Maia, Ângelo Amaral e Sérgio Hansmann

[ Voltar ao topo desta página ]


  Redes de Computadores

  A utilização da tecnologia de redes de computadores tem indicado às empresas e instituições novo rumo nos diversos processos de trabalho. Após o advento da era da informática, os atos de criar, produzir, fabricar, etc. forneceram ao homem um novo caminho. E, para uma rápida adequação às novas ferramentas incluídas no processo produtivo, este caminho - agente de inovação - exige novos perfis profissionais  e novas áreas de atuação.

  Muitos sentem a necessidade de migrar para esta forma de trabalho, pois é a garantia de sua existência. E, como fazer isso? Neste ponto surge a tecnologia de redes de computadores com a missão de ser o agente desta mudança.  E, quando se busca auxílio especialistas e prestadores deste tipo de serviço é preciso refletir. Pois a oferta é altamente abundante e os custos correlatos a cada forma de solução encontram-se em diversos patamares. Para isso, o interessado deve investir de acordo com necessidades, não só presentes como também futuras.

  Redes de Computadores - As tecnologias associadas aos sistemas computacionais estão basicamente divididas em três topologias:

  Essas premissas acadêmicas são relativamente simples, contudo estáticas em seu modo de ser, pois na realidade é possível unir estas tecnologias e formar um complexo computacional único e aberto a inovações.

  O padrão tecnológico em uso no mercado destaca dois sistemas de cunho altamente popular: Ethernet, criado pela Xerox, DEC e Intel, e o Token Ring, criado pela IBM. E, imediatamente, imagina-se duas topologias: barramento e anel, respectivamente. Porém, não existe somente estas relações, senão ambos estariam extremamente limitados em suas áreas de atuação.

  Soluções - A escolha não reside nas soluções existentes, mas nas necessidades únicas e exclusivas de cada empresa ou instituição.

  Portanto, antes de imaginarmos a solução tecnológica a ser adotada, é preciso saber que há outros requisitos necessários para implantação da rede e que seu levantamento é de fundamental importância. Deve-se, então, definir os objetivos relacionados à rede de computadores respondendo às seguintes questões:

  1. Deve-se atender a todas as áreas, inclusive os locais geograficamente distantes?
  2. Qual o público alvo que utilizará esta nova ferramenta de trabalho?
  3. Deverá existir uma nova área voltada para esta atividade, vincula da a algum setor existente ou não?
  4. Qual é o sistema computacional atual?
  5. Qual o tempo de garantia considerado para este investimento, no que diz respeito às tecnologias existentes e futuras?
  6. O tempo de implantação do novo processo é fechado? Tem início e término?
  7. Posso efetuar este projeto de forma modular, colocando as formas de investimento no mesmo formato, em etapas pré-definidas?
  8. Qual o nível de segurança a ser considerado em todo o sistema?

  Sob medida - A partir das respostas às questões anteriores é possível perceber que cada caso deve ser estudado como único, o que leva a afirmar que uma rede computacional é como um sapato sob medida.

  Muitas vezes, algumas questões acima são negligenciadas e surgem barreiras que inviabilizam o projeto ou adentram em caminhos que não atendem às necessidades, exigindo em momentos futuros novas definições e novos investimentos, desconsiderando etapas anteriores. É de extrema importância, portanto, estruturar a rede adequadamente. Pois o mundo segue para um caminho onde, a qualquer momento, deva ser possível agregar novas soluções aos padrões existentes, sem ferir os investimentos realizados. Adicionando às redes novas ferramentas que permitam uma evolução - que é curta e com grandes mudanças - mantendo o agente evolutivo básico.

  A partir das premissas iniciais levantadas, é dado o primeiro passo para uma rede estruturada, pois é possível definir a arquitetura a ser utilizada. Como segunda fase, pode-se definir as topologias requeridas para atender a tais necessidades, determinando os tipos de dispositivos - Hubs, Switches, Roteadores, cabeamento, etc. - a serem utilizados para o correto fluxo de informações.

  Finalmente, define-se o projeto físico e lógico, no qual efetivamente se estipula a quantidade de materiais a serem adquiridos, localização e formas de acomodação. Enfim, faz-se uma fotografia do produto final que atenderá às necessidades da empresa ou instituição. Desta forma, passadas todas as etapas, considera-se que há um investimento garantindo os padrões tecnológicos existentes e futuros, capacitando mudanças rápidas conforme a solicitação do mercado, agregando maior capacidade de produção e, por conseqüência, competitividade com qualidade.

Baseado no artigo "Redes de Computadores: quem me esclarece?"
RNT 179 - julho 94

Aline Passos - PET Tele

[ Voltar ao topo desta página ]


Telecomunicações: "Desenvolvimento" Histórico

  A privatização do Sistema Telebrás colocou o tema telecomunicações em evidência na sociedade. Por vezes, observa-se que as análises feitas nesta área se resumem ao número de telefones por habitante ou aos sistemas de troca de dados em geral, omitindo-se alguns aspectos fundamentais, como a importância das Telecomunicações no processo de desenvolvimento das relações humanas, como analisa o jornalista Marcos Dantas, em seu livro A Lógica do Capital Informação - a fragmentação dos monopólios e a monopolização dos fragmentos num mundo de comunicações globais.

   No início da era do rádio, nas décadas de 1910 e 1920, se imaginou que este poderia ser usado para aumentar a participação das pessoas nos processos de decisão. O dramaturgo  alemão Bertolt Brecht chegou a formular uma "teoria do rádio", que propunha dotar todas as residências com aparelhos receptores-transmissores, através dos quais os indivíduos (cidadãos) poderiam manter relações políticas e culturais entre si, constituindo uma espécie de assembléia popular permanente. Como se sabe, não foi o que ocorreu, por vários motivos, por exemplo o fato do rádio, assim como a televisão, ser um veículo de comunicação de pouca interação. Outra constatação fundamental é que, apesar do grau de penetração de ambos ser grande, geralmente são poucos os que detêm os canais de televisão e ádio (seletos grupos de pessoas, em alguns casos, famílias tradicionais), o que gera uma tendência à representação de interesses de minorias.

  Fazendo uma análise macroscópica, o autor observa os países subdesenvolvidos sob o enfoque de sociedades subinformadas: "A distinção que podemos fazer entre sociedades bem e mal dotadas de informação pode ser maior que qualquer distinção baseada em indicadores de renda". E afirma, "subinformação: eis o novo nome para subdesenvolvimento nesta nova etapa histórica". Para retratar que a circulação da informação no mundo fazia-se em sentido único, cita pesquisas internacionais das décadas de 70 e 80, que mostravam "a enorme disparidade existente na distribuição mundial dos recursos informacionais (...) por meio de agências de notícias, produtoras de cinema e televisão em sua maioria sediadas nos países centrais (EUA, Japão e Europa)" que exportavam seus produtos para países do Terceiro Mundo, quase não havendo exportações no sentido contrário. Segundo o autor, "Os fluxos de dados e de informações em sentido único potencializaram em dimensões extraordinárias os processo de desqualificação dos povos periféricos", levando a uma descaracterização cultural e aumentando sua dependência política e econômica.

E hoje?

  Atualmente essa discussão ganha espaço por causa da crescente "popularização" da internet - um meio interativo de "caminho duplo". Ela se constitui em uma nova possibilidade das pessoas terem mais acesso "democrático" à informação, participarem dos processos de decisão, enfim, algo parecido com o pensamento de Brecht. Percebe-se então uma perspectiva mais ampla de telecomunicações, que ultrapassa seu aspecto puramente "técnico" e lucrativo (afinal, telecomunicação é um grande negócio). É também fundamental para a melhoria  da vida das pessoas, por exemplo ao promover atendimento jurídico, educacional e hospitalar mais eficiente. Há exemplos concretos dos problemas que podem ser resolvidos com aplicações inteligentes das tecnologias disponíveis.

  Em Santos montou-se uma rede de comunicação dedicada aos seus serviços de saúde pública. Por esta rede, qualquer cidadão pode agendar consulta médica por telefone, bem como ter acesso ao histórico clínico depositado num banco de dados municipal. A rede permite ainda o controle da qualidade dos serviços e de seus custos pela administração pública, a identificação de prioridades sanitárias e a conseqüente distribuição de verbas.

Modelos

  Como diz Marcos Dantas, "Telecomunicações não deve ser entendida como mero problema de relação telefone por habitante, (...) mas como um tema que (...) diz respeito à melhoria da padrão de vida material e cultural do povo." A discussão passa então a ser de como implementar tais melhorias, ou seja, qual o melhor modelo de telecomunicações a ser adotado.

  Quase sempre cabe ao governo criar meios para que tais objetivos sejam alcançados  (uma vez que a responsabilidade de ter essa percepção das telecomunicações não é da iniciativa privada), ainda que esses meios se traduzam na fiscalização da iniciativa privada. Há em diferentes países modelos de telecomunicações distintos. Por exemplo, na França, Alemanha e no Japão, a principal empresa do setor pertence ao governo, porém com parceria privada. Na Inglaterra o sistema é privado, mas o governo tem poder de decisão para intervir em medidas que possam prejudicar a sociedade.

  Já no Brasil, optou-se por um modelo "mais liberal", com um estado fiscalizador. Foi criada então a ANATEL (Agência Nacional de elecomunicações), que tem a função de fiscalizar a partir de agora as telecomunicações em nosso país, promovendo a chamada universalização dos serviços. Espera-se portanto que o governo encontre mecanismos de atuação com o setor, agora totalmente privado, no sentido de usar a tecnologia disponível em projetos inteligentes, que visem diminuir o abismo social existente em nosso país e, ao mesmo tempo, reverter o quadro de subinformação da sociedade, considerando as diversas variáveis que o assunto telecomunicações possui, em especial as aqui discutidas. Considerá-las, aliás, é função também de nós, futuros profissionais da área.

Luiz Arthur e Renata Braz - PET TELE

[ Voltar ao topo desta página ]


Privatização do Sistema Telebrás - Avaliação de oportunidades

  Após o leilão do Sistema Telebrás, o Governo arrecadou aproximadamente 22 bilhões, apresentando um ágio total de 63,74% em relação ao preço mínimo fixado. O montante envolveu as empresas da telefonia fixa e as empresas de telefonia celular em sua Banda A (frequencia reservada para as operadoras públicas).

  As empresas foram agrupadas como mostram os quadros a seguir:

Telefonia Fixa: (EMPRESA // COMPOSIÇÃO // VENCEDOR)

  - Telesp // São Paulo // Telebrasil Sul

  - Tele Centro Sul //  Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Rondônia, Acre, Paraná e Santa Catarina // Solpart

  - Tele Norte Leste // Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Maranhão, Roraima, Amapá, Pará e Amazonas // Andrade Gutierrez/ Inepar

  - Embratel //   // MCI

Telefonia Móvel: (EMPRESA // COMPOSIÇÃO // VENCEDOR)

  - Telesp Celular //    //  Portugal Telecom

  - Tele Sudeste Celular // Telerj, Telest // Telefonica Internacional

  - Telemig Celular //    //  TelPart S/A

  - Tele Celular Sul // Telepar, Telesc, CTMR (Pelotas) // UGB Participações, Intel Participações

  - Tele Nordeste Celular // Telasa, Telpe, Telpa, Telern, Teleceará, Telepisa // UGB Participações, Intel Participações

  - Tele Leste Celular // Telebahia, Telergipe // Iberdrola, Telefonica Internacional

  - Tele Centro Oeste Celular // Telebrasília, Telems, Telegoiás, Telemat, Teleron, Teleacre // Splice

  - Tele Norte Celular // Teleamazon, Telaima, Telepara, Teleamapá, Telma // TelPart S/A

  O sistema acumulou problemas nos últimos anos que resultaram em uma diminuição da eficácia no atendimento a população. A falta de investimentos resultou em um sistema que não acompanhou a demanda por telefones e que leva até dois anos para entregar uma linha ao assinante, aumentando os custos e a qualidade do serviço.

   Espera-se com a privatização, um aumento da oferta de telefones fixos em regiões de baixa arrecadação, além do alcance de equilíbrio entre a demanda exagerada existente hoje e uma densidade de telefone/usuário que venha a justificar os investimentos.

   Foram estabelecidas algumas metas, em contrato, bastante severas pelo Governo. O eventual não cumprimento destas metas, podem revogar tais contratos. Espera-se:

Janice - PET TELE


[ Voltar | Voltar ao topo desta página ]